quinta-feira, novembro 27, 2008

Amo você

Sou o parasita que corrói seu corpo
Arrebento suas hemácias
Infesto de pus seu rosto
Quão bela sua boca
Com este líquido amarelo mefítico escorrendo!
Gotas de sol pingando nos meus olhos.

Sou seu deus, renda homenagens a mim
Fodam-se imagens sagradas
Queime-as, não valem nada.

Se se virar e ver a noite,
Perceberá minhas garras refletidas na muda escuridão
Tentará espaldar seu cansaço no meu ombro
Meus ossos vão entortar seu pescoço...

Sou só ossos
Nada há para ver.

Deixe a chave como está
Coíba movimentos epilépticos
Nada há que fazer
Quando chega o que não se teve o prazer de conhecer

Ria de seus frangalhos,
Sonata para minh'alma é sua desgraça
Ponha o dedo na garganta e vomite
Vomite até o estômago não agüentar mais...

Sou só ossos
Nada há para ver.

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